Canaviais viram desertos em cidades situadas no epicentro da seca no NE 6j2a2d
O verde dos canaviais dá lugar ao tom acinzentado da terra quase nua com a morte da cana e poucos pés atrofiados diante da grave estiagem que segue pelo sexto ano seguido em PE e em grande parcela do NE. O caos assola grande faixa territorial que se inicia na cidade de Nazaré da Mata em direção à Mata Sul e que continua em Alagoas e Sergipe. 6l2v13
Em PE, o sumiço dos canaviais dá lugar a áreas parecidas com desertos, já bem perceptíveis entre as cidades de Tracunhaém e Nazaré - região considerada o epicentro da seca pela Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AF). Em Carpina, por exemplo, tem chovido bem abaixo da média desde junho de 2016. Choveu 208% a menos que o previsto para o período entre junho e dezembro. Situação bem similar em outras várias cidades. Com isso, a nova safra será afetada significativamente, prejudicando uma das principais cadeias produtivas do PIB do Estado. Mesmo chovendo regular a partir de agora, já prevê-se grande déficit de 30% em comparação a safra atual (11,5 milhões de toneladas de cana).
O cenário é desolador. Vastos hectares sem nada brotar e outros com pequenos pés de cana morrendo. Nos locais do epicentro da estiagem, a AF prevê um prejuízo mais drástico, porque mesmo que a chuva chegue, já houve grande mortandade dos brotos da cana nesses últimos meses - período em que a planta mais precisava de água para crescer. A previsão é de uma perda de até 70% em relação a produção anterior. No engenho Quatis do produtor Felipe Neli, em Lagoa de Itaenga, por exemplo, só deve atingir 30% do montante produzido na safra 2016/17.
Até os canaviais da Zona da Mata Sul, que tradicionalmente chove mais, têm convivido com a morte de socaria (broto da cana) devido a seca que também provocará impacto sobre a nova produção. A morte da socaria não é comum na região. Ela só ocorre quando o déficit hídrico é elevado e continuado, como tem sido verificado desde junho de 2016. Diversas as propriedades da região já penam com a situação, como observado no engenho Boa Sorte em Xexéu, do produtor rural Frederico Pessoa de Queiroz.
"A seca também tem prejudicado significativamente a produção de cana nos estados de Alagoas e Sergipe. Em SE, ha relatos até de usinas comprando água de carro pipa para findar a moagem da safra 2016/17", informa Alexandra Andrade Lima, presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida). O dirigente conta que a situação é menos drástica no Rio Grande do Norte e na Paraíba. E em uma pequena faixa em Pernambuco, situada a partir da cidade de Ferreiros em direção a PB. Todavia, a previsão do déficit da nova safra nordestina é elevada. A estimativa já é de um prejuízo de 20% em comparação à safra anterior.
O dirigente aproveita o cenário para criticar os órgãos de meteorologia diante do que ele considera alto nível de contradições e erros entre suas previsões nos últimos tempos. "Ora falavam no fim do El Niño e chegada da Lá Niña - cenário que traria chuva para a região NE; depois, com a seca já intensificada na vida real, mudam as previsões e falam em seca ainda mais severa. Até da volta do El Niño", critica esses prognósticos climáticas que em nada ajuda o planejamento agrícola no Nordeste.
Com o cenário de continuação da seca e elevada previsão de frustração da safra canavieira, reacende o debate sobre o papel do gestor público nesta questão. Ainda mais porque a produção da cana afeta diretamente os indicadores social (postos de trabalho) e econômico (cadeia produtiva envolvida em todo setor, inclusive exportações e geração de impostos).
A Unida retomará a defesa do pagamento da subvenção federal para o setor. Com a crise econômica, a União ainda não pagou esse subsídio já sancionado desde 2014. Além de cobrar ações emergências, como é a subvenção, o setor também se reunirá em Brasília na próxima semana para defender junto ao governo federal um projeto de irrigação através de pequenas barragens para reter e aproveitar no período de seca a água da quadra chuvosa na região - comum entre março a junho. Sem a barragem, esta água escorre para o rio e vai para o mar sem utilização.
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