Soja volta a recuar e fecha a 5ª feira com baixas de dois dígitos em Chicago com interferência do financeiro 1o212q
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O mercado da soja devolveu os ganhos registrados mais cedo e fechou o dia com baixas expressivas na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira (5). As cotações perderam de 11,50 a 12,75 pontos nos principais vencimentos, levando o janeiro de volta aos US$ 14,66 e o maio - referência para a safra brasileira - cotado a US$ 14,77 por bushel. No complexo soja, o óleo - que subia mais de 1% mais cedo - ou a operar no vermelho, perdendo 0,7%, enquanto o farelo subia, também corrigindo parte das baixas que marcava mais cedo.
Os preços voltaram a sentir a pressão do financeiro e lideram as perdas entre os grãos na CBOT. Enquanto a soja registra perdas de dois dígitos, milho e trigo também estão no vermelho, porém, garantem certa estabilidade. Na contramão, porém, o petróleo volta a subir e garante ganhos de mais de 3% tanto no WTI, quanto no Brent na tarde desta quinta.
Os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos pesaram sobre alguns ativos, uma vez que sinalizam as chances ainda mais latentes de que o Federal Reserve terá de ser ainda duro com sua taxa de juros, bem como as atas da última reunião divulgadas ontem também sinalizavam e também pesaram sobre o mercado. Na sessão desta quarta (4), as commodities caíram de forma generalizada.
Além das informações que partem da economia norte-americana, as preocupações se estendem também para o destino das economias da China e da União Europeia, que também desaceleram e deverão continuar reforçando as perspectivas de uma recessão econômica global.
O quadro da Covid-19 na China também é fator de muita preocupação agora. Nesta quinta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a nação asiática está subnotificando o número de mortos pelo coronavírus e, mais uma vez, pediu dados melhor apurados a Pequim. Segundo uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quinta, a instiuição recebeu novos dados do governo chinês sobre o surto da doença e "os dados sustentam a tese de que pode haver subnotificação dos efeitos da crise sanitária, em especial na cifra de mortes, e apontam alta de quase 50% das hospitalizações em decorrência do coronavírus".
AInda segundo a Folha, a OMS contabilizou 218 mil casos novos e 648 mortes apenas na semana que terminou em 26 de dezembro. Os reportes anteriores afirmavam que estes números referiam-se ao período até 1º de janeiro, mas que a base teria sido atualizada.
>> Na Folha: OMS recebe novos dados de Covid na China que sustentam tese de subnotificação
A China está prestes a chegar a seu mais importante e extenso feriado - do Ano Novo Lunar -, e que antecede período de importante demanda, que ainda tem sido diferente de anos de "normalidade", sem os efeitos da pandemia.
"A pressão vem de uma combinação de fatores que não são fundamentos de primeira linha, mas que têm força. A semana começou com notícias que não são boas da China e continuam negativas, porque ela não apareceu para grandes compras nos EUA. O mercado já está se preparando porque, depois do dia 20, com o Ano Novo Lunar, fica tudo parado", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Brandalizze citou ainda a força do dólar também como um vetor de pressão sobre os preços, uma vez que na medida em que a divisa perde valor torna a soja brasileira ainda mais competitiva. Apesar da baixa da moeda americana frente ao real nesta quinta-feira, o valor ainda é alto e o dólar segue na casa dos R$ 5,36.
"Os investidores lá foram estam vendo que o Brasil está muito instável. Hoje, pela manhã, se comentava em Chicago, entre os investidores, que agências financeiras estimam o dólar chegando até R$ 6,00 e isso faz o mercado se proteger, porque quando o dólar dispara por aqui, pesa sobre Chicago", diz.
Já na perspectiva do consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach AgMarketing, "acima dos US$ 15 tínhamos produtores vendendo - no Brasil e nos EUA - e os fundos também estavam vendendo. É daí que vem a pressão de venda". Daqui em diante, porém, o interesse em vender deve ficar mais contido agora, e a sinalização é de que os produtores podem agora segurar novos negócios.
Veja sua entrevista ao Notícias Agrícolas, completa, nesta quinta-feira:
Todavia, com os fundos seguindo o movimento, as vendas por parte deles podem continuar, pressionando ainda mais as cotações. "O que pode segurar isso é um posicionamento mais neutro nesta sexta-feira - depois de uma semana negativa - à espera do comportamento do clima (na América do Sul) durante o final de semana", diz Edwards.
E o quadro climático sul-americano ainda é determinante para o caminhar das cotações. O sul do Brasil e a Argentina permanecem em foco e os mapas climáticos seguem indicando falta de chuvas para os próximos dez dias, pelo menos. "É menos calendário e mais saber quando chega a safra, mas a interferência deve continuar entre janeiro e fevereiro", acredita o consultor. "Ainda existe certa sustentação no primeiro semestre para Chicago, mas o mercado físico brasileiro tem suas próprias dinâmicas".
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