Resistência de plantas invasoras preocupa produtores de algodão, aponta pesquisa 4f2e1a
6u1wr
SÃO PAULO (Reuters) - O aumento da resistência de ervas daninhas a herbicidas em lavouras de algodão é motivo de preocupação entre 95 por cento dos produtores brasileiros, apontou uma pesquisa da consultoria Kleffmann Group.
A empresa ouviu 315 agricultores, e 301 disseram que registraram casos de pragas resistentes a herbicidas em suas lavouras na safra 2014/15. Entre os que relataram problemas, mais da metade avaliou que as plantas invasoras já estão altamente resistentes.
Segundo a Kleffmann Group, 97 por cento das lavouras de algodão do país já são plantadas com variedades transgênicas que resistem a algum tipo de herbicida, majoritariamente moléculas de glifosato e glufosinato.
"Cerca de 40 por cento do custo da produção de algodão é só com defensivo agrícola. A biotecnologia entra como recurso para diminuir esse gasto", disse a analista de mercado da Kleffmann, Erica Franconere.
Até alguns anos atrás, os produtores não tinham alternativa a não ser usar herbicidas seletivos, mais caros, que atacavam as ervas daninhas e deixavam livres as plantas de algodão.
Com o advento da biotecnologia, foram implantados genes resistentes ao glifosato ou ao glufosinato, produtos mais baratos. Técnica semelhante também é utilizada amplamente nas lavouras de soja, que em sua maioria no Brasil também são resistentes ao glifosato.
"O uso de algodão transgênico resistente a herbicidas é, de certa forma, um caminho sem volta. Os produtores vão continuar adotando porque realmente precisam fazer menos aplicações (de herbicidas) e reduzem custos", completou Erica.
Segundo ela, a resistência de plantas invasoras, que já vem sendo registrada há mais tempo na soja, começa a aparecer também no algodão.
"Todos produtores de algodão também plantam soja. Em Mato Grosso, 70 por cento do algodão é plantado em sucessão à lavoura de soja, na mesma área", disse Erica.
A pesquisa mostrou que o uso de variedades resistentes a glifosato praticamente dobrou em relação à safra 2013/14. Em contrapartida, o uso de variedades sem nenhuma biotecnologia visando resistência a herbicidas caiu 73 por cento.
"A longo prazo, isso indica um ponto de atenção para o manejo de herbicidas, uma vez que pode haver uma pressão ainda maior para o surgimento de ervas daninhas resistentes também para a cultura de soja plantada na mesma área", apontou a pesquisa da Kleffmann.
Na visão da pesquisadora, a solução para o problema de resistências das invasoras vai ar por um monitoramento mais intenso das lavouras e melhores técnicas de manejo.
"É preciso fazer rotação de ingredientes ativos (dos herbicidas), realizar uma dessecação bem feita e aumentar o uso de produtos pré-emergentes (que atacam as plantas daninhas antes da emergência delas do solo)", disse a pesquisadora.
O Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão e responde por pouco mais de 10 por cento do comércio internacional da fibra, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
(Por Gustavo Bonato)
0 comentário v2t4i

Bayer reforça compromisso com agricultores familiares e transfere tecnologia para fortalecer produção de algodão no norte de MG

Mercado brasileiro do algodão pode ver preços melhores no médio prazo

Início das atividades do Ceditac marca retomada da produção de algodão no Norte de Minas

Algodão/Cepea: Indicador segue entre R$ 4,30/lp e R$ 4,40/lp

Algodão/Cepea: Queda externa pressiona cotações domésticas

Safra de algodão avança sob clima favorável, mas requer atenção a chuvas isoladas, aponta Nottus